Sem internet

Estamos sem internet em casa, problemas no "sistema central" do nosso maravilhooooso provedor... Agora é esperar até esse pessoal resolver trabalhar, enquanto isso podemos estar meio ausentes por uns dias...

Hoje foi o primeiro dia que eu saí sem cachecol, tá esquentando....

aluna nazi

Uma aluna minha hoje começou a falar que acha um absurdo os imigrantes terem direito a usar a saúde pública, ter facilidade pra comprar apartamentos, colocar os filhos na escola etc. Eu perguntei se ela estava falando da imigraçã0 ilegal, ela disse que não, que falava de todos os imigrantes, inclusive os que pagam todos os impostos.

Aí eu perguntei (!!!), você percebe que está falando com uma imigrante????

Quando comentei isso com meus colegas na escola ficaram todos indignados, mas todos concordaram, o que incomoda não são os imigrantes, mas imigrantes E negros, ou árabes, indianos, quer dizer, cor não-européia. É muito comum aqui na Espanha ouvir esse tipo de comentário super racista abertamente, sem vergonha, diferente, por exemplo, da Inglaterra, onde as pessoas podem até pensar alguma coisa parecida, mas já têm a consciência de que isso é feio e condenável. Os espanhóis são novos ricos aqui na Europa, ainda não acostumados em estar nessa posição - me lembram muito da nossa elite no Brasil.

Detalhe que ela terminou a aula falando que todo mundo devia ter uma arma em casa...

# 2

Achei o segundo fio de cabelo branco na minha cabeça. Daqui a pouco vou ter que fazer que nem o Nando e usar Grecyn 2000 para mulher...

Sogritcha

A minha sogritcha, Joana, reclamou que não aparece no meu blog e que também não tem fotos do casamento. Aí está ela então, a geradora, me esperando na igreja junto com meu maridão.

Love

Ontem foi dia dos namorados aqui (o primeiro do ano, porque teremos ainda um outro dia dos namorados, que é o dia de Sant Jordi - mais celebrado que ontem - e o dia 12 de junho, que é o dia dos namorados no Brasil!). Meu gato me deu flores, chocolates... e fomos jantar aqui pertinho de casa...

Alma de artista

Um minuto de reverência ao Chico. Na minha opinião essa é uma das coisas mais bonitas já escritas pela humanidade. Eu dedico essa pra minha mãe, que adora essa música, pra todos aqueles que têm alma de artista, e pra todos que já partiram de algum lugar, mas jamais disseram adeus...

Fábula do supermercado

Eu fui no supermercado e não peguei carrinho porque achei que ia comprar pouca coisa e acabei comprando um monte (normal). Quando eu já não podia mais carregar as compras, vi um carrinho vazio do meu lado, e vi um homem no fundo do corredor. Fui até ele e perguntei se o carrinho era dele. Ele me respondeu que sim e eu fui embora pegar um carrinho pra mim lá na entrada. No meio do caminho ouvi alguém chamando minha atenção, era o cara que tinha vindo atrás de mim me oferecer o carrinho dele.

Moral da história: as pessoas EM GERAL (tem umas que são casos perdidos mesmo) não se importam de doar o carrinho delas, de compartilhar, não ligam se você pisa no pé delas ou passa na frente na fila, desde que se sintam respeitadas.

flower power II

O Dudu Jr., que fez esse comentário aí embaixo, é o fino da bossa!

Eu não sei se concordo 100% com essa idéa dele de que as profissões mais prazerosas são as mais mal pagas (pensei como exemplo em cantores, atores, jogadores de futebol etc, que ganham muito e fazem o que todo mundo queria fazer) e as mais desgastantes são as que pagam melhor (eg. contraditórios: lixeiro, pedreiro, faxineira, coveiro...).

Com o outro aspecto eu concordo, mais anos de estudo significam mais dinheiro. Mas eu, como professora, posso fazer tri-pós doc que vou ganhar mais ou menos o mesmo tanto.

O conselho, Dudu, eu acho maravilhoso, é meio por aí que vai a minha linha de raciocínio no momento, obrigada!!

flower power

Eu tive uma educação meio hippie, tipo "all you need is love", e foi daí que eu escolhi ser professora de inglês, o que importa é fazer o que a gente ama e ponto. E, de fato, eu amo dar aula e acho difícil pensar em uma profissão que me realizaria tanto como essa (às vezes eu acho que também gostaria de ter sido advogada ou tipo detetive, mas nunca pensei nisso antes). Mas agora, rumo aos 30 (várias amigas minhas estão com a mesma questão nesse mesmo momento), eu me vejo trabalhando 12 horas por dia e ganhando o que eu ganho (isso porque estou numa das melhores escolas de Barcelona), e penso se eu quero estar nessa situação escrava pro resto da minha vida. E a resposta é não (a mesma a que chegaram minhas amigas), eu quero ter tempo livre pra estar com a família e fazer as coisas que eu gosto, e também preciso de mais dinheiro. Em outras palavras, quero trabalhar menos e ganhar mais, esse é o caminho que eu começo a traçar rumo aos 30. Mas eu não abro mão de continuar dando aula... O universo que se vire pra me dar uma solução!

Muy Interesante

Aqui na Espanha também tem Super Interessante, chama "Muy Interesante". É barango ou não é? (Lição de Espanhol nº1: reparem que em espanhol não existe 2 Ss. Como não existe som de Z na língua o S sempre vai ter som de S.) A revista é a mesma coisa da nossa Super do Brasil que eu adoro, ciência bem superficial e leve para passar o tempo.

Piadina

Aqui às vezes a gente come no café da manhã uma Piadina, uma coisa que eu aprendi a comer na Itália. A Piadina parece uma pizza, mas não é. Lá na Itália você compra a massa para Piadina. Aqui na Espanha (ou melhor, na Catalunya!) eu faço com essa massa para fazer sanduíches em rolos. Eu acho que aí no Brasil dá pra fazer com um pão sírio beeem fininho.


Aí basicamente você corta fatias de queijo bem fininhas, coloca tomate, orégano ou manjericão e um pouco de queijo parmesão por cima. Coloca a piadina numa frigideira coberta com uma tampa e coloca num fogo bem baixinho, pra ela ficar crocante sem queimar e dar tempo do queijo derreter. É assolutamente splendido! Lá na Itália eles colocam qualquer coisa, muzzarela fresca, presunto, ovos...

Verde

A vida toda eu achei verde uma cor meio boba, nunca comprava nada verde. De repente, sem mais nem menos, ela virou a minha cor favorita (seguida pelo vemelho), só quero roupa verde, acho a coisa mais linda tudo verde. Alguém pode explicar isso??

Na vida que vem eu quero ser que nem o Olimar, viver tranquila sem me preocupar com a explicação pra coisas do tipo por que a minha cor preferida é a minha cor preferida. Mas nessa não tem mais jeito, alguém sabe dizer?

Melhorias

Ontem eu cheguei em casa e tinha surpresa, um cabideiro novo!! Faz a maior diferença no inverno, com esse tanto de tralha, casacos, cachecóis, e tinha um tempão que a gente estava procurando um barato mas não achava. Agora só falta o sofá-cama pra receber os queridos aqui.

The Born Identity

Aqui na Espanha o primeiro sobrenome é o mais importante, porque é o adquirido do pai (e não o último, como no Brasil). Ou seja, além do meu nome ter mudado de Maria Rodrigues Bernardes pra Maria Tristão Bernardes, agora eu nem sequer sou Maria Bernardes, sou Maria Tristão, um nome que eu nunca tive antes mas no qual eu já começo a me reconhecer (só que aqui eu sou Tristao, sem til, porque senão ninguém entende). A Maria Rodrigues já não existe mais aqui, ficou no Brasil com uma vida estancada. É mole? Vó, não se moleste, a Tristão é Crocco também no coração... (Quando eu digo que sou italiana e me perguntam o sobrenome, eu digo "Crocco". Quando encontro alguém que se chama Rodriguez - a coisa mais comum aqui - eu digo, "ah, eu também sou Rodrigues!", quer dizer, agrado a todo mundo com minhas múltiplas identidades)

Bom, mas eu queria mostrar, achei essa placa na rua, um tal de Dr. Tristan (quem sabe é parente?) que só falta resolver problemas financeiros e trazer ser amado em três dias.

Oi de domingo

Aqui um videozinho só pra dar um oi pra vocês nesse nosso domingo que foi de faxinão, descanso, internet e comida...

eBrazil

Olimar está colocando o site de produtos brasileiros de novo no ar, é o www.ebrazil.com.br. Hoje a gente passou o dia trabalhando nele, ele com todos os detalhes e eu com a linguagem, tá ficando fino! Agora é só esperar os milhões na nossa conta!

Consulta Médica

Hoje eu fui num médico pra perguntar se eu devia continuar ou não tomando os antibióticos (eles tinham pedido pra eu fazer isso). Fui chamada e meu médico era um negão enorme, daqueles puros que quase não existem no Brasil, o que me fez sentir um grande alívio. É um fato, os europeus em geral são racistas (acho que a maioria dos brancos, infelizmente), e, como dizia o meu professor Machado, pra um imigrante negro estar trabalhando como médico atendendo a gente rica ele com certeza é muito bom, superou muito mais obstáculos que um branco de classe média teria que enfrentar pra estar no mesmo lugar. E, de fato, a consulta foi muito bacana. Comecei a explicar tudo em espanhol, e quando eu terminei ele me perguntou, ¿eres brasileña? E quando confirmei ele disse, com aquele sotaque de portugal, então por que não falamos português? Fantástico, o médico era de Angola, me atendeu super bem e ainda por cima na língua mãe.